A Associação Paraibana de Astronomia criou uma campanha na internet para arrecadar fundos para comprar o Meteorito Nova Olinda, o primeiro encontrado na Paraíba.
O Nova Olinda é um meteorito metálico com cerca de 27 kg e 4,5 bilhões de anos. Ele foi encontrado em 2014 pelos irmãos Roma Edsom e João Jarba enquanto procuravam por ouro em uma propriedade no município de Nova Olinda.
Segundo análises publicadas recentemente no Meteoritical Buletim o meteorito foi classificado como IIAB, um tipo de rocha metálica que foi formada no interior do núcleo de um planeta que não deu certo e acabou destruído por um grande impacto, que lançou no espaço fragmentos das camadas mais externas do objeto e também parte do seu núcleo.
O estudo dessas rochas vindas do espaço ajuda a Ciência a compreender o processo de formação do Sistema Solar, a evolução dos planetas e asteroides, e até mesmo o surgimento da vida na Terra.
Massa principal do meteorito Nova Olinda, o primeiro da Paraíba – Créditos: André Moutinho
Dessa forma, os meteoritos chamam a atenção de cientistas, colecionadores e museus, que pagam valores bastante elevados para ter pedaços dessas rochas vindas do espaço. Entretanto, o meteorito Nova Olinda tem um valor adicional para a Paraíba: foi o primeiro encontrado no Estado.
Pensando nisso, a APA – Associação Paraibana de Astronomia criou essa campanha de arrecadação para aquisição do meteorito Nova Olinda, para que ele possa ser mantido no Estado, servindo à Paraíba. Se a campanha for bem sucedida, a APA irá deixá-la a disposição do Estado da Paraíba para que possa ser exposta ao público, permitindo o contato da população do Estado com essa rocha espacial formada há cerca de 4,5 bilhões de anos.
Segundo a Associação, por ser o primeiro do Estado, o meteorito Nova Olinda já estará para sempre na história da Paraíba. Agora, o objetivo é que ele fique também em “nossas mãos” para que ele possa inspirar jovens e crianças a seguir na carreira científica.
A APA pretende montar uma exposição, com o meteorito em uma redoma e painéis explicativos contando a história do Nova Olinda, os dados da sua análise além de dicas de como identificar um meteorito e um resumo, e se possível amostras, de outros meteoritos brasileiros famosos.
A ideia é que essa exposição possa ser montada de forma permanente em um local de fácil acesso ao público, como o Planetário do Espaço Cultural. Mas a APA também pretende levá-la de forma itinerária a locais indicados pelos principais doadores da campanha. Dessa forma, seria possível levar a experiência desse contato com um objeto vindo do espaço, às escolas e associações de todo o Estado.
Proposta para a exposição do Meteorito Nova Olinda, com painéis explicativos ao lado – Imagem: APA
Além da exposição itinerante, a campanha também deve sortear, entre os doadores, alguns fragmentos e estrelinhas de resina com o óxido do meteorito Nova Olinda. Assim, todos terão a chance de ter um pedacinho do primeiro meteorito da Paraíba.
É possível participar da campanha através do link abaixo, doando a partir de R$ 5. O pagamento pode ser efetuado com Pix, cartão de crédito ou boleto bancário.
https://nova.kickante.com.br/l/meteoritodaparaiba
https://nova.kickante.com.br/l/meteoritodaparaiba
Caro, poderia até contribuir, embora o mérito seja duvidoso, já que meteoritos não precisam necessariamente ficar em cidades ou estados em que foram encontrados. Podem gerar mais visitas, capturar mais contribuições (ingressos), em lugares com acesso por um número maior de interessados em astronomia. Mas esse não é o principal problema da campanha, e sugiro que você notifique os autores para compartilharem mais informações. Há muitas lacunas importantes no texto e no vídeo. Mais especificamente, as dúvidas que pairam são as seguintes:
1. Quem é o vendedor (atual proprietário) do meteorito? A dupla que o encontrou?
2. Eles é que determinaram o preço em 50k? Ou foi um avaliador? Há intermediários envolvidos que estão recebendo parte do dinheiro? Quanto?
3. Os proprietários atuais estão devidamente registrados como tais? Enfim, quem está envolvido no processo de venda, e como/quanto está?
4. Uma vez adquirida, essa jóia de 50k vai ficar guardada onde e como?
5. Quem será o responsável pela guarda? A APA? Ela tem uma sede com condições de segurança apropriadas? Se não tiver, por que não doar a uma instituição pública que tenha (museu, universidade no estado da PB)?
6. Estará segurado? Se o meteorito sumir, quem será responsabilizado e, se segurado, quem será ressarcido?
Enfim, sugiro cautela, pois há muitos picaretas explorando plataformas de crowdfunding e até usando, sem escrúpulos, intermediárias de boa reputação, como fachada. Seria importante saber se a APA não está sendo usada, no caso.